Defendendo o que exatamente?

Sempre gostei muito do debate aberto e franco sobre os mais diversos assuntos e sempre procurei me posicionar e defender o meu ponto de vista. Já mudei muito de opinião e já fui convencido por vezes que estava equivocado com relação a determinados assuntos. Afinal, como diz a expressão: “Opinião, só muda quem tem”.

O que acontece é que nos últimos tempos tenho verificado que temas que sequer eram discutidos voltaram à tona com o agravante do ódio. Sim, pouca coisa se discute e se debate de forma sadia. A impressão que tenho é que toda vez que alguém apresenta suas idéias é como se estivesse ofendendo os de posicionamento diverso.

Discutir religião, futebol e política se transformou algo perigoso para destruir amizades. Estamos vindo em um crescente “apartheid social” que vem incitando o ódio entre ricos, pobres e classe média, entre brancos e negros, entre nordestinos e o restante do Brasil, entre as pessoas a favor do porte de armas e os contras, entre os católicos e evangélicos, entre as pessoas com ensino superior e os que não tem, entre jovens e idosos, entre homossexuais e heterossexuais, dentre tantos outros. Mas aí vem a pergunta: Porque isso está acontecendo?

Pois bem, todos já ouviram a frase: “A união faz a força”, e uma população desunida é certamente mais fácil de ser manipulada. Até mesmo dentro dos protestos que ocorreram em Julho de 2013 conseguiu-se dividir as pessoas que lutavam pelo mesmo interesse que são as melhores condições de vida em nosso país. A infiltração de arruaceiros fez com que os manifestos perdessem a legitimidade e o que nasceu com uma boa intenção se perdeu pelo caminho.

Neste início de ano, diante de tudo o que está ocorrendo, é muito importante que antes de nos armarmos com ódio para discutir qualquer assunto que seja, repensamos se realmente a idéia que vamos defender é algo que fará bem para as demais pessoas ou somente para si. Que em 2015 prevaleça o debate do bem, o que constrói.

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